16 dias de greve e a resistência continua
Integrante do MAB palestrou no acampamento da greve sobre a desvalorização do(a) trabalhador(a) nos processos de produção
Já são 16 dias de greve e a
categoria continua fortalecida em todo o Paraná. No acampamento em Curitiba, em
frente à Assembleia Legislativa, as atividades dos educadores e educadoras continuam.
Nesta terça-feira (24) os(as) servidores(as) assistiram uma palestra do
integrante da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Robson
Formica, que falou sobre a desvalorização do(a) trabalhador(a) frente ao lucro
das empresas e a geração de energia para acelerar o processo de produção da
indústria. Para Robson, a energia tem um papel fundamental e estratégico, pois
visa aumentar a produtividade de trabalho. “Um trabalho que era feito de forma
artesanal e sem emprego das máquinas e da tecnologia e, por consequência, da
própria energia, é feita de forma muito mais lenta, menos lucrativa, necessitando
de um público muito maior para produzir as mercadorias”, diz. Ele explica que,
no entanto, os recursos financeiros gerados por aqueles(as) que produzem não é
distribuído. “O resultado do aumento dessa produtividade não é dividido para
aqueles que produzem as mercadorias, que são os trabalhadores”.
Robson demonstrou apoio
para a luta dos(as) trabalhadores(as) em educação do Paraná. “Vocês são exemplos
de luta e de resistência da classe trabalhadora para todo o Brasil e para o
mundo. A gente tem recebido notícias e informações de companheiros nossos que
estiveram em tarefas fora do Brasil e que ouvem pessoas querendo saber o que
está acontecendo e o que é processo é esse que os professores estão passando”.
Formica reforçou que a luta dos(as) educadores(as) já é vitoriosa. “Essa luta é
digna de reconhecimento, apreço e todo entusiasmo da classe trabalhadora
brasileira e latino-americana. É um exemplo importante e que, seguramente, vai
deixar ensinamentos muito maiores do que muitos anos em sala de aula”,
completa. Para Robson, a luta educa para a vida.
Sessão
plenária – Muitos educadores(as) aproveitaram também para
acompanhar a sessão plenária na Assembleia Legislativa do Paraná. Apesar do
governo já ter retirado o “pacotaço” de votação, a pressão da categoria
continua.
Universidades
estaduais em alerta – Durante a tarde educadores(as) e estudantes
de universidades estaduais do Paraná também se manifestavam em frente ao
Palácio Iguaçu. O governo não fez o repasse de verba e está ameaçando o
funcionamento das instituições. Educadores(as) das universidades demonstraram
apoio aos professores(as) e funcionários(as) das escolas estaduais e manifestaram
a situação difícil em que o governo está deixando as instituições estaduais de
ensino superior.
O professor da Universidade
Estadual de Centro-Oeste (Unicentro), Silvio Roberto, explicou que as sete
instituições estaduais (Unicentro, UEL, UEM, Unioeste, UEPG, Unespar e a UENP)
não receberam verba do governo e estão sem condições de iniciar o ano letivo. Silvio
falou sobre a forma como a educação está sendo tratado no Paraná. “É triste ver
a situação da educação pública. O governo cortou totalmente o custeio das
universidades estaduais, que já era muito pouco para pagar água, luz, telefone,
manutenção e outros. Esse ano ele zerou esse custeio para as universidades. Isso
inviabiliza qualquer tipo de atividade das sete universidades estaduais. Além
disso, prejudica mais de 120 mil alunos, 9 mil professores e 7 mil servidores.
A estudante da Escola de
Música e Belas Artes do Paraná (Embap), Dyessica Fillippus, esteve presente na
manifestação e acha importante a participação dos(as) alunos(as) nas
manifestações. “É essencial estarmos mobilizados porque é uma coisa nossa. A gente
está se preparando para inserir manifestações artísticas também para
sensibilizar a cidade”, explica.
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